Urologia

sinais, diagnóstico precoce e prevenção


O que é o câncer de próstata?

O câncer de próstata é um tumor maligno que se desenvolve na glândula prostática, localizada abaixo da bexiga e responsável por produzir parte do sêmen. É o tipo de câncer mais comum entre homens no Brasil, com milhares de novos casos anuais, segundo o INCA.

Sua evolução costuma ser lenta, mas pode se tornar agressiva se não for diagnosticada precocemente.

Quais são os sinais iniciais do câncer de próstata?

Os sinais podem ser sutis: jato urinário fraco, urgência para urinar, noctúria, dificuldade para iniciar/terminar a micção, sangue na urina ou no sêmen e dor pélvica. Muitos casos iniciais são assintomáticos, por isso o rastreamento é crucial. Sintomas avançados incluem dor óssea e perda de peso inexplicada.

Principais sinais de alerta:

  • Dificuldade para urinar.
  • Jato urinário fraco ou interrompido.
  • Necessidade frequente de urinar, especialmente à noite.
  • Presença de sangue na urina ou no sêmen.
  • Dor pélvica ou óssea em casos avançados.

Na fase inicial, muitos pacientes não apresentam sintomas, reforçando a importância do rastreamento.

Como é feito o diagnóstico precoce do câncer de próstata?Como é feito o diagnóstico precoce do câncer de próstata?

Como é feito o diagnóstico precoce do câncer de próstata?

O diagnóstico precoce integra PSA e toque retal, aumentando a detecção de tumores clinicamente relevantes. Em casos suspeitos, acrescenta-se ressonância multiparamétrica e biópsia guiada. O estadiamento pode incluir PET-PSMA. O objetivo é confirmar o tumor, avaliar risco/progressão e planejar tratamento que equilibre cura e preservação funcional.

Exames principais:

  1. PSA (Antígeno Prostático Específico): exame de sangue que avalia níveis da proteína produzida pela próstata.
  2. Toque retal: exame clínico que permite identificar alterações na consistência da glândula.
  3. Ressonância multiparamétrica: aumenta a precisão em casos suspeitos.
  4. Biópsia prostática: confirma a presença de células malignas.

Combinar PSA e toque retal aumenta significativamente a taxa de detecção precoce.

Quem deve realizar os exames preventivos?

Recomenda-se iniciar avaliação aos 50 anos na população geral, 45 com histórico familiar e 40 quando há múltiplos parentes de primeiro grau afetados. A periodicidade depende de PSA inicial, risco individual e orientação do urologista. A decisão é compartilhada, considerando benefícios, limitações e preferências do paciente.

De acordo com a SBU e a AUA/EAU, recomenda-se iniciar rastreamento em:

  • Homens a partir dos 50 anos sem histórico familiar.
  • Homens a partir dos 45 anos com histórico familiar de câncer de próstata.
  • Homens a partir dos 40 anos quando há dois ou mais parentes de primeiro grau afetados.

Qual a importância da prevenção no câncer de próstata?

Prevenção reduz fatores de risco e melhora desfechos: alimentação equilibrada, atividade física, controle de peso, evitar tabaco/álcool e acompanhamento urológico regular. Essas medidas não impedem todos os casos, mas favorecem tumores menos agressivos e diagnóstico precoce, quando as chances de cura ultrapassam 90%.

A prevenção não elimina o risco, mas ajuda a reduzir a incidência e melhorar os desfechos.

Estratégias principais:

  • Manter alimentação equilibrada (rica em frutas, verduras, fibras e pobre em gorduras animais).
  • Atividade física regular.
  • Evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool.
  • Consultas urológicas periódicas para detecção precoce.

Essas medidas fortalecem a saúde geral e reduzem fatores de risco associados a tumores agressivos.

Quais fatores aumentam o risco de câncer de próstata?

Risco cresce com idade, história familiar (parentes de primeiro grau), ancestralidade negra, obesidade e estilo de vida inadequado. Exposições ocupacionais e inflamações crônicas também podem contribuir. Reconhecer esses fatores permite rastrear mais cedo, reduzir atrasos diagnósticos e planejar estratégias personalizadas de prevenção e seguimento.

  • Idade: risco maior após os 50 anos.
  • Histórico familiar: pai, irmãos ou filhos com a doença.
  • Cor de pele: homens negros apresentam maior incidência.
  • Obesidade e má alimentação.
  • Exposição a substâncias químicas.

Reconhecer esses fatores permite definir estratégias personalizadas de prevenção.

Como diferenciar câncer de próstata de hiperplasia benigna?

A HPB é um aumento benigno da próstata que causa sintomas urinários semelhantes, mas não é câncer. A diferenciação combina PSA, toque retal e, quando necessário, imagem e biópsia. Enquanto a HPB tende a resposta clínica simples, o câncer exige estadiamento e tratamento oncológico específico.

A hiperplasia prostática benigna (HPB) também causa sintomas urinários, mas não é câncer.

Comparativo resumido:

Condição Características Evolução Tratamento
HPB Crescimento benigno da próstata Não gera metástase Medicamentos ou cirurgia simples
Câncer de próstata Crescimento maligno de células Pode invadir outros órgãos Cirurgia, radioterapia, hormonioterapia, robótica

A avaliação médica e os exames de imagem/PSA são fundamentais para diferenciar as duas condições.

Quais são os principais exames de diagnóstico?

O caminho diagnóstico parte de PSA e toque retal. Em suspeitas, utiliza-se ressonância multiparamétrica para mapear lesões e orientar biópsia. Para estadiamento e recidiva, o PET-PSMA melhora a detecção. O objetivo é confirmar o tumor, graduá-lo (Gleason/ISUP) e definir a melhor conduta.

Além de PSA e toque retal, exames complementares incluem:

  • Ressonância magnética multiparamétrica.
  • Biópsia guiada por imagem.
  • PET-PSMA (Tomografia Molecular): exame avançado usado em casos de suspeita de metástase.

Esses exames aumentam a precisão diagnóstica e permitem definir o estágio da doença.

Quais são as opções de tratamento?

As opções variam por risco e perfil do paciente: vigilância ativa (baixo risco), prostatectomia — preferencialmente robótica —, radioterapia (externa/braquiterapia), terapia hormonal, imunoterapia e quimioterapia em doença avançada. A decisão considera controle oncológico, preservação funcional, comorbidades, preferências e experiência da equipe.

As opções variam conforme o estágio da doença, idade e saúde geral do paciente.

Principais tratamentos:

  • Vigilância ativa: em tumores de baixo risco.
  • Prostatectomia robótica: padrão-ouro em muitos centros pela preservação funcional.
  • Radioterapia externa ou braquiterapia.
  • Hormonioterapia e imunoterapia.
  • Quimioterapia em estágios avançados.

A prostatectomia robótica é melhor que a aberta ou laparoscópica?

Sim, para casos indicados, a robótica oferece menor sangramento, menos dor, alta em 24–48h e melhores taxas de continência e função erétil, em centros experientes. A aberta e a laparoscópica continuam eficazes, porém com recuperação mais lenta e, em geral, desfechos funcionais inferiores. A escolha é personalizada.

Comparativo resumido:

Técnica Tempo de internação Continência Função erétil Recuperação
Aberta 4–7 dias Mais lenta Risco elevado de disfunção 8–12 semanas
Laparoscópica 2–4 dias Intermediária Resultados medianos 6–8 semanas
Robótica 1–2 dias Mais rápida Melhor preservação 3–6 semanas

Fontes: SBU, AUA, EAU (2024).

FAQ – Perguntas frequentes

1. O câncer de próstata sempre apresenta sintomas? Não. Muitas vezes é silencioso na fase inicial.

2. PSA alto significa câncer? Não necessariamente. Outras condições podem elevar o PSA.

3. O toque retal ainda é necessário? Sim. É complementar ao PSA e aumenta a detecção precoce.

4. Todo câncer de próstata precisa de cirurgia? Não. Alguns casos podem ser apenas monitorados.

5. Homens jovens podem ter câncer de próstata? Raro, mas pode ocorrer em casos hereditários.

6. O câncer de próstata é sempre agressivo? Não. Muitos tumores são de crescimento lento.

7. A obesidade aumenta o risco? Sim, está associada a formas mais agressivas.

8. Existe prevenção absoluta? Não, mas hábitos saudáveis reduzem o risco.

9. A cirurgia robótica está disponível no Brasil? Sim, em hospitais privados e de referência.

10. O câncer de próstata tem cura? Sim, especialmente quando diagnosticado precocemente.

11. O rastreamento deve ser anual? Sim, conforme recomendação médica após os 50 anos.

12. A dieta influencia na prevenção? Sim. Dieta rica em fibras e pobre em gordura animal ajuda.

Dizeres Finais

O câncer de próstata continua sendo uma das principais preocupações de saúde masculina em 2025. Conhecer os sinais iniciais, realizar diagnóstico precoce e adotar medidas de prevenção são estratégias fundamentais para reduzir impacto da doença. Quando diagnosticado cedo, as chances de cura ultrapassam 90%, especialmente com acesso a tecnologias como a prostatectomia robótica.

Dr. Daniel HamplDr. Daniel Hampl
Dr. Daniel Hampl – Urologista Ipanema , Urologista Barra da Tijuca

Dr. Daniel HamplDr. Daniel Hampl é urologista e cirurgião robótico, doutor pela UERJ, com certificações internacionais pelo sistema Da Vinci Surgery®. Realizou observership no MD Anderson Cancer Center (EUA) e é membro da SBU, AUA e EAU. Referência em uro-oncologia, atua no Rio de Janeiro com foco em cirurgias minimamente invasivas e preservação funcional.

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Daniel Hampl – Cirurgia Robótica Rio de Janeiro

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